Difícil mesmo é esquecer. Depois de esquecido, difícil mesmo é lembrar! - Diego Oliveira.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Conversa interna.


Alguns dias atrás eu tive um sonho, nesse sonho eu estava numa praça bem iluminada, os raios solares dourados passando por entre os galhos. Parecia outono, as folhas secas caídas das árvores espalhadas pelo chão. Era uma praça muito extensa e no centro da praça, havia um banco branco de madeira, parecia confortável. Senti frio, fui até o banco e me aninhei, sentado encolhido no centro do banco e de alguma forma o banco parecia muito grande.
De repente, começaram a surgir crianças, na praça. Meninos e meninas que brincavam com bolas, outros de pega-pega e alguns até tentavam um esconde-esconde desajeitado. Elas riam, brincavam. Eu via uma alegria espalhada pelo lugar, uma alegria que só crianças sabem demonstrar. Surgiu na praça, um velhinho de barba branca e cumprida, de roupas longas e de um branco encardido pelas marcas do tempo. A barra da capa suja, por arrastar ao chão. A princípio pensei que fosse algum andarilho, perdido por mais uma praça do mundo mas ele veio em minha direção, como se aquele banco pertencesse à ele. Chegando em frente ao banco, ele virou-se para mim e numa voz muito suave disse:
- Bom dia amigo, posso me sentar?
- Hm, claro! - Disse eu, me ajeitando para deixa-lo sentar e de alguma forma, não me senti incomodado pela presença do homem.
- Hoje está um lindo dia não é mesmo? - Ele me perguntou.
- É, não é bem o tipo de dia que eu gosto. Mas até que tá bonito. - Respondi fazendo um meio sorriso.
- É mesmo? - Disse ele virando-se para mim - E qual é o tipo de dia que você gosta?
Está pergunta me perturbou um pouco. Mas sorri, olhei pra ele e respondi:
- Gosto de dias quentes, com uma leve brisa batendo no meu rosto, para me refrescar. - Olhei para as crianças que estavam pulando e brincando - Também gosto de dias frios para me deitar e descansar, embaixo de cobertores, claro. - Ri.
Ele sorriu pra mim, olhou para onde eu estava olhando e disse: - Puxa, parece ser legal os dias que você gosta, então.
- Ah, na verdade, nem tanto. Ultimamente eles estão meio tediosos.
- Hm. Entendo. Mas porque você acha isto? - Perguntou-me ele, interessado na história.
- Eu não estou tendo muitos motivos para me alegrar. Algumas coisas me afetam de uma forma muito forte e algumas pessoas me decepcionam de um jeito muito destruidor, então, tenho me afastado de quase todo mundo, para não ter motivos de decepção. Sabe como é? - Disse eu.
- Então você se afastou das pessoas que, provavelmente você gosta, para não se decepcionar? - Me perguntou ele, mas me pareceu mais uma afirmação.
Parei e pensei, ouvi as risadas das crianças, os pássaros sobre as copas das arvores, uma paz. Me senti só e ao mesmo tempo acolhido, respirei e respondi.
- Não necessariamente - Disse - Talvez, tenha me afastado, para conseguir me encontrar. Estou tão cansado... da vida, do mundo, das pessoas. Cansado de ser o menino que todo mundo gosta e que ninguém se importa, sabe? Aquele...
- Como você tem essa certeza de que ninguém se importa? Desculpe te interferir.
- Bom, não digo certeza, mas estou cansado das pessoas se aproximarem de mim, para ouvir os "conselhos que você dá são os melhores" - Disse eu fazendo aspas com os dedos - e não para me perguntar se estou bem, como vou e o que tenho feito, sabe? realmente é o que me parece.
- Meu caro, nem todo mundo demonstra sentimentos e afeições da mesma forma que você demonstra. Não é porque eu não vivo dizendo que gosto de maçãs, que significa que eu não goste de maçãs. Entende? Cada ser humano é de um jeito, cada um demonstra de uma forma e isto não significa que seja o "tudo" que eles têm. Outros não sabem nem abraçar. - Disse ele sorrindo.
Retribui o sorriso.
- Entendo, mas... às vezes, quando a gente dá uma coisa, é bom receber em troca. Não estou dizendo de bem material nem nada. Estou dizendo de companheirismo, camaradagem, parceria, saca? Gostaria que todos fossem mais verdadeiros, às vezes. Mas quer saber, nem ligo. Tenho meus planos, tenho meus objetivos e irei correr atrás deles, mesmo que tenha que fazer isto sozinho. Sem a ajuda de ninguém, ou sem ninguém!
- Bom, você está correto. Nunca devemos esperar nada de ninguém. Mas, você só tem uma coisa a aprender e isto vai demorar um pouco, mas você vai aprender. Você descobrirá que para ser feliz em sociedade, você tem que aceitar as pessoas como elas são. Não tem como a gente mudar ninguém e ninguém muda por ninguém, à menos que essa pessoa queira mudar por ela mesma.
- Diego, com o passar dos anos você verá que esses tempos de exclusão foram tempos perdidos e que você deveria ter aproveitado mais o tempo passado com as pessoas que você gosta. - Continuou ele - Mas se tem algo que você não gosta, que te incomoda, você deve dizer, conversar e resolver e não virar a cara ou se excluir, isto só te prejudica. Aprenda uma coisa, meu caro. Na vida, ou a gente se adapta, ou viveremos só. Então, qual é mais fácil, aceitar as coisas como elas são ou viver só? E não adianta querer mudar o mundo, pois nem Jesus conseguiu isto. Você sabe qual é a verdadeira importância da vida, sabe que os verdadeiros valores não é o dinheiro ou os bens materiais. Claro que devemos ter dinheiro, ninguém quer viver na valeta né? - Rimos - Mas é a verdade, existem outras coisas mais importantes que dinheiro, ou qualquer outro bem material no mundo e você já tem tudo isto.
As palavras deste senhor foram me deixando cada vez mais pensativo e nessa hora, eu me senti como não me sentia a muito tempo, feliz, leve. Livre de qualquer pensamento ou sentimento ruim. Então, com os olhos marejados, eu enxuguei uma pequena lágrima que escorreu de meus olhos e então sorri para ele. E a unica coisa que eu consegui falar foi.
- Obrigado.
Nesse momento ele sorriu, um sorriso largo, um sorriso tão familiar para mim, que não soube dizer ao certo quem era. Mas era alguém muito parecido com... ! Não pode ser, como isto é possível?
Então, me dei conta de que ele continuou sorrindo pra mim, mesmo vendo minha cara de espanto.
- Desculpe senhor, mas você não me disse seu nome.
- Meu nome não é importante, o importante é saber quem eu sou. E você já sabe quem sou, eu vi nos seus olhos. Digamos que eu tenho uma 'leitura facial' muito aprimorada. - Risos - Mas se quer ouvir de mim quem sou, vou te dizer. Eu sou...

- Diego, acorda você vai chegar atrasado no trabalho! - Abro os olhos e vejo minha mãe me acordando.
- Ah mãe! já estou indo! - Droga, pensei.

Passei o resto do dia pensando naquele sonho e ainda penso nele. Ainda vejo o rosto daquele senhor, com um poder na voz, capaz de acalmar o mais louco dos loucos. E posso estar errado, mas ainda assim, sei quem ele era.
E uma coisa eu tenho certeza, essa pessoa é a única que estará sempre comigo em qualquer momento de minha vida, posso sempre contar com ele.


Diego Oliveira.

sexta-feira, 2 de março de 2012

A sua felicidade realmente me incomoda.
Não por voce estar feliz, mas por eu não ter conseguido te fazer feliz.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011


E você infelizmente nunca saberá o quanto é inspirador pra mim.
Exemplo de vida, amizade e pessoa.

Tolkien, sou eternamente seu fã.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

John Mayer - Bigger Than My Body

Um dia eu vou subir.
Um dia eu vou ser muito mais.
Porque eu sou maior do que o meu corpo me permite ser.